Criação

Meus versos nascem de parto natural.

Primeiro as contrações.

Longas,
Poderosas,
Incrivelmente dolorosas.

Nelas, as ideias fervilham,
E as palavras dançam.

Meu corpo
se contorce no ritmo
de uma coreografia louca.

Inesperada.

Espasmo muscular
de contrações violentas.

Ginástica mental.

E eu me adapto, mudo.

Crio,
Refaço,
Desfaço.

E então nasce.

Enchendo meus olhos de orgulho
e minha mente de incredulidade.

Fui eu mesma quem pari?

Um comentário:

  1. Gostei muito dessa ideia de força e de poder aliadas ao ato da criação, e também de toda dor e de todo prazer inerentes a ele. Eu diria que parir é poder.

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