Incontáveis lembranças preenchem papéis rabiscados, amassados, jogados, perdem-se em vórtices de pensamentos nostálgicos.
Você.
Estilhaços de vidro cobrem parte do chão, pequenas poças adornam os lugares adjacentes. O cheiro de álcool é inconfundível. Tristeza e mágoa se camuflam no distinto odor.
Você.
Páginas e mais páginas de livros dançam pelos ares uma coreografia hipnotizante. Medo e dor permeiam todo o cômodo. É difícil respirar, impossível desviar o olhar.
Você.
Sons ininteligíveis cortam o ambiente de quando em vez, misturam-se a trechos aleatórios de músicas conhecidas. São trinta e dois anos de melodias entulhadas.
Você.
Um feixe luminoso descontínuo realça esparsas alegrias, abrilhanta raros momentos de orgulho e embeleza conquistas ainda insuficientes.
Você.
Você.
Você.
Na bagunça da minha mente, você é claramente o que há de inevitável.
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