Dez.
Você olhou para trás e admirou a trajetória desenhada por seus pés ao longo do ano?
Nove.
Percebeu o quão valioso é ter conseguido chegar até aqui e ainda encontrar forças para persistir?
Oito.
Uma vez fora do repouso, abraçou a inércia com medo de voltar à origem dos tempos novamente?
Sete.
Eu sim e apesar de não estar satisfeita com a minha posição neste instante, sei que é nas extremidades do continuum que as coisas se diferem.
Seis.
Mesmo que o referencial de outrem faça do meu movimento um repouso.
Cinco.
Mesmo que o caos instaurado ao meu redor drene a minha energia vital.
Quatro.
Mesmo com as perdas lancinantes e com o rosto molhado pelas lágrimas vertidas.
Três.
Mesmo que por isso meus olhos não consigam mais enxergar um palmo à minha frente.
Dois.
Continuo em frente. Mãos estendidas a tatear o desconhecido.
Um.
Se amanhã caio no abismo, a queda livre, a epítome da liberdade, será meu derradeiro ato.
E no fechar das cortinas,
no apagar das luzes,
terei a certeza que o fim é apenas um recomeço,
uma oportunidade para o apreço
nos aplausos finais.
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