Efêmera
Paraquedas
Assumi minhas escolhas, no sucesso e também no fracasso.
Tomei as rédeas da minha vida e tracei meu percurso enquanto desfrutava da proteção do paraquedas, da companhia dos meus amigos, do torpor do álcool.
Saber viver é amadurecer com parcimônia e sapiência.
Chega de culpar outrem pelos meus erros e vibrar sozinha apenas nas vitórias.
Hoje eu vibro por estar viva.
Vibro por ter encontrado a Bárbara escondida dentro de mim, longe das opiniões alheias, das críticas nada construtivas e da pressão social.
No auge dos meus quase-trinta-e-três-anos, eu grito:
Foda-se!
É lindo ser quem sou.
Bilíngue
Dá-me licença, poesia,
Parce qu’aujourd’hui je veux tout ce que tu as.
Je veux tua magia,
ton élégance et ta grâce,
tua hemorragia,
ton intensité et ton embrasse.
tua verborragia,
ta sincérité et ton audace.
Hoje o que le monde me demande est trop
e eu preciso me esconder, parar para respirar.
J’ai besoin d’un papier et d’un stylo rétro
para que eu possa as palavras engolidas vomitar.
Et maintenant je tenho a ajuda de deux langues exquises:
Les français et sa sensualité romantique
e o português com suas palavras em dique.
Je veux les libérer!
Que a construção rache
e que corrente de palavras possa fluir!
Alors, écris, petite libellule
et laisse les mots voler avec toi.
À un destin n’importe quoi!
Das lições da vida
Seja flexível:
Conseguir ir
até onde
normalmente não se vai.
Seja amor:
Abraçar seu
universo particular
com todos os seus pormenores
Porque ele é seu, seu e de mais ninguém.
Seja você:
E ter orgulho de quem se é.
Sem máscaras, sem fingimentos,
nua e livre de efeitos especiais.
Mostrando a singularidade daquilo
que faz de você indivíduo diante do mundo,
ainda que, simultaneamente, partícula solta na enormidade do cosmos.
Poética
Ora (direis) não gostar da poesia!
Tresloucado amigo,
de certo, perdeste o senso.
Como ousa dizer que os desenhos da linguagem poética são cansativos?
Que sentido tem o que dizes se nunca paraste para lê-la?
Se nunca permitiste se perder nas entrelinhas, no meio das pernas, enterrado entre as coxas da poesia?
E então, com sabedoria vou digo:
Ousai para entendê-la! Pois só quem ousa é capaz de, enfim, sentir e entender o que ela provoca em mim.