Confinamento

Estou só.

A verbalização do óbvio
parece mais cruel que o pensamento.

Mas não é.

A verdade é que sou minha melhor companhia
e saborear a pungência do meu ser
é libertador.

Sim, falar com minhas entranhas é um processo solitário e essa leitura em braille do meu corpo dói.

Encarar minhas imperfeições é desagradável, especialmente se elas gritam em minha direção ao mais fugaz dos olhares meus.

Encontrar perfeição em cada uma delas é mais do que um alívio, é uma lição.

Nesses meses mergulhada no breu, vou transformando minha solidão na mais prazerosa e rara solitude.

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