A nuvem da tua boca é algodão doce no meu céu.
A caverna ignota a ser explorada pela espaçonave da minha língua é recheada de astros da tua celestial abóbada.
Esse meu músculo doce e gentil
é ousado na insistência da conquista
e na dança
- ora em dupla, ora solitária -
que saliva,
traçando os nossos caminhos,
desenhando os passos de uma
coreografia improvisada,
totalmente ritmada,
Sagrada.
Os movimentos musculares
tropeçam em uma miríade de constelações
- nossas constelações -
inventam mitos e estórias para cada uma delas,
mapeando, nomeando, desenhando
estrelas e objetos celestiais.
Matéria e antimatéria,
barro e costela,
à nossa imagem e semelhança.
Em um único e longo beijo,
eternizamos com saliva nossos nomes divinais.
Produzimos e observamos hipnotizados
a seiva que nos forma e nos torna,
naquele frame de segundo,
naquele instante,
seres imortais.
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